terça-feira, 11 de novembro de 2014

7ª Postagem - Regulação da Transcrição por hormônios esteróides

Os hormônios esteroides agem diferente das outras moléculas já vistas nesse blog, pois atuam diretamente no núcleo. 
Os esteroides são hidrofóbicos, por isso possuem dificuldade em serem transportados pelo sangue, assim ligam-se as proteínas plasmáticas para se transportarem de seu local de liberação até seus tecidos alvos. Quando chegarem as células alvos, se difundem facilmente pela membrana plasmática e se ligam a proteínas receptoras no núcleo. 
Ao se ligar com o receptor, o hormônio esteroide desencadeia uma mudança conformacional nas proteínas receptoras e estas agora são capazes de interagir com sequências que regulam a expressão gênica, essas sequências são conhecidas como elementos de resposta hormonal - HREs. 
O hormônio ligado ao receptor pode aumentar ou suprimir a expressão gênica de genes próximos ao HREs. Para que todo esse processo ocorra são necessários horas ou dias. 
Assim, os passos são:
  1. O hormônio H, com suas proteínas séricas, se difunde através da membrana plasmática e se liga as proteínas receptoras (Rec); 
  2. A ligação do hormônio promove a mudança conformacional da proteína receptora, esta de liga ao DNA adjacente ao gene;
  3. A ligação afeta a transcrição do gene adjacente, aumentando ou diminuindo a formação do RNA mensageiro;
  4. Os níveis alterados de produtos gênicos é resultado da resposta hormonal.

RELAÇÃO CLÍNICA
O medicamento tamoxifeno é utilizado para tratar o câncer de mama. Em alguns tipos de câncer de mama, a atividade do estrógeno é marcante, como este é um hormônio esteroide sua resposta celular é dada através da transcrição gênica. O tamoxifeno é um antagonista do estrógeno, ele se liga as proteínas receptoras do estrógeno e compete com ele, mas não possui nenhuma resposta celular. Consequentemente, o tamoxifeno diminui ou pará o crescimento de células cancerosas no câncer de mama dependente de estrógeno. 
Outro fármaco que se utiliza de uma técnica parecida é RU486, neste caso ele é um antagonista da progesterona e compete com ela pela ligação com seus receptores, seu efeito é interromper gravidezes inciais, visto que a progesterona é um hormônio necessário para a implantação e manutenção do embrião no útero. 

Referências Bibliográficas:
Bioquímica médica básica de Marks / Colleen Smith, Allan D. Marks, Michel Lieberman ; tradução Ângela de Mattos Dutra ... [et al.] – 2.ed. – Porto Alegre : Artmed, 2007.
NELSON, D. L.; COX, M. Lehninger – Princípios de Bioquímica. 3ed. São Paulo: Sarvier, 2002

8 comentários:

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  2. A RU-486, uma hormona esteróide sintética chamada Mifeprex, que bloqueia a ação da progesterona, responsável pela nutrição do revestimento do útero (endométrio). Com efeito, o endométrio rejeita a ligação ao ser humano recém-formado. Esta pequena criança morrerá lentamente de fome no seu estado primitivo de vida. Trata-se da segunda droga usada no aborto com Mifeprex (RU-486) é uma prostaglandina como o Misoprostol (aparecendo sob o 0nome farmacêutico de Cytotek nos EUA).
    Fonte: http://www.montemuro.org/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=72&Itemid=30

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  3. Interessante como esses hormônios, como a testosterona, controlam a expressão gênica. Pesquisas sugerem que a testosterona exerce seus efeitos anabólicos reprimindo a atividade do gene que produz a proteínas p27, um supressor de tumor. (mutações no p27 foram vistas em uma forma de leucemia). Quando a quantidade de p27 diminui no tecido muscular, as células podem se dividir mais rapidamente. Defeitos em genes supressores de tumor como o p27 em geral são associados a câncer. Não só isso, mas alguns cânceres dependem de hormônios que fornecem sinais captados por células tumorais (para se multiplicar). Alguns trabalhos sugerem que anabolizantes esteróides são carcinogênicos. Além disso, esteróides obtidos de forma ilegal podem conter contaminantes potencialmente carcinogênicos, o que no fim das contas é introduzido no corpo junto com um repressor do gene supressor de tumor.

    Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAf_kAC/controleda-expressao-genica

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  4. A hormonioterapia é a classe de medicações mais efetiva de que dispomos para o tratamento de pacientes cujos tumores tenham expressão dos chamados receptores hormonais. Estes receptores são o receptor de estrógeno (RE) e de progesterona (RP), e sua presença qualitativa e quantitativa é determinada pela avaliação do tumor através da técnica denominada de Imunohistoquímica. A hormonioterapia é tanto mais eficaz quanto maior a expressão destes receptores pelas células tumorais. Assim, se as células tumorais tiverem ambos, RE e RP em 100% das células, e os receptores estiverem presentes com coloração intensa nas células, a paciente terá um benefício extraordinário com a hormonioterapia. A hormonioterapia utilizada atualmente consiste em uma de duas classes: os moduladores do receptor de estrógeno (dos quais o Tamoxifeno e o Fulvestranto são as medicações que se utiliza em câncer), e os inibidores de aromatase (dos quais o Letrozol, o Anastrazol e o Exemestano são os exemplos mais utilizados). Além das medicações, uma segunda estratégia que pode ser utilizada como parte da manipulação hormonal é a chamada ablação ovariana (interromper a função dos ovários), em mulheres na pré menopausa, em casos de doença metastática. http://www.cancerdamama.com/tratamentos/hormonioterapia/#sthash.pmVEyxOe.dpuf

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  5. A hormonioterapia também pode ser usada no tratamento de câncer de próstata. é o caso do remédio chamado Degarrelix. Esse medicamento é um antagonista do LHRH usada para tratar o câncer de próstata avançado. É administrado como uma injeção sob a pele mensalmente e rapidamente reduz o nível da testosterona. Os efeitos colaterais mais comuns são problemas no local da aplicação (dor, vermelhidão ou inchaço) e aumento dos níveis de enzimas hepáticas. O principio do tratamento é o mesmo usado no câncer de mama. Os hormônios, no caso a testosterona, faz crescer as células de um tumor de próstata. O antagonista compete com o hormônio, diminuindo a ação deste no corpo.
    fonte:http://www.oncoguia.org.br/conteudo/hormonioterapia-para-tratamento-do-cancer-de-prostata/1211/290/

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  6. A terapia hormonal, também denominada de terapia de privação de andrógeno ou terapia de supressão androgênica, tem o objetivo de reduzir o nível dos hormônios masculinos (andrógenos), no corpo. Os principais andrógenos são a testosterona e a diidrotestosterona (DHT). A maioria dos andrógenos do corpo são produzidos pelos testículos, mas as glândulas suprarrenais, também produzem uma pequena quantidade. Os andrógenos estimulam as células do câncer de próstata a crescerem. Reduzir os níveis de andrógenos ou impedi-los de atuar nas células cancerígenas da próstata muitas vezes faz com que os tumores diminuam de tamanho ou cresçam mais lentamente por um tempo. Apenas a hormonioterapia não cura o câncer de próstata , no entanto, pode ajudar.

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  7. É importante ressaltar que esses tratamentos com hormônios, como os citados na postagem, apresentam diversos efeitos colaterais.O Tamoxifeno, citado pela Amanda como forma de combater o câncer de mama, pode elevar o risco de coágulos de sanguíneos; logo, é contraindicado para mulheres que já tenham tido trombose ou que tenham algum outro fator predisponente para trombose. O Tamoxifeno pode, ainda, piorar os sintomas da menopausa, além de gerar certa retenção de líquido, e, raramente causar toxicidade ocular. O uso desse medicamento é ainda afetado pelo uso conjunto com determinados antidepressivos.
    Já os inibidores de aromatase, como o Letrozol e o Anastrazol, causam frequentemente dores articulares (às vezes limitantes), podem causar perda de massa óssea (levando à osteopenia ou até à osteoporose), além de causar piora dos sintomas da menopausa. Assim, é possível concluir que a hormonoterapia nem sempre é a melhor solução, já que apresenta diversos fatores limitantes.
    http://www.cancerdamama.com/tratamentos/hormonioterapia/#sthash.A15D1AmA.dpuf

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  8. Depois do exposto, é importante informar aos leitores o que são os hormonios esteroides. Esses hormonios são produzidos a partir do colesterol nos tecidos esteroidogenicos das adrenais, gonadas e placenta. Nas adrenais são produzidos os glicocorticóides (cortisol, corticosterona e cortisona), e os mineralocorticóides (aldosterona). As gonadas produzem os andrógenos (testosterona), estrógeno e progesterona. A placenta, durante a gestação é uma fonte de estrógeno e progesterona e neste grupo está incluída a vitamina D3 ativa. Dentro da ação dos hormonios esteroides nas células, foi citado na postagem que essa reação pode levar dias, mas é importante saber que pode acontecer em questão de horas também.

    Fonte:
    http://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/hormonios_brigoni.pdf

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